Marco Villas Boas – Sócio Sênior da DMS PARTNERS
Há alguns poucos séculos, a Humanidade testemunhou a invenção da máquina a vapor, que revolucionou a produção de bens, os transportes e inúmeros outros setores da Economia.
Mobilizando empreendedores e capitais gerados pelos lucros, uma nova estrutura surgiu: a empresa capitalista.
Inicialmente criada e gerida pelo empreendedor, o sucesso econômico da empresa – atingido não obstante inúmeras práticas hoje consideradas no mínimo insustentáveis - levou a um crescimento em que a figura do criador não mais foi capaz de conduzi-la em todos os aspectos.
Foi necessária a contratação de gestores, para dividir as tarefas, num movimento que
oportunizou a separação do capital e do trabalho.
Nesse amplo cenário ainda atual, o empreendedor passa a orientar a empresa e a
supervisionar os resultados. Aos gestores cabe a responsabilidade de planejar e executar as operações, comandando uma equipe de colaboradores.
Nem sempre a condução pelos gestores expressa - em muitas situações ainda hoje – a
intenção e as expectativas do empreendedor. Essas eventuais divergências caracterizam o que se conhece como conflito de agência: expectativas do dono = X e esforços / resultados buscados pelos gestores = Y.
O impasse perdura.
Como superar a lacuna? Como evitar conflitos entre empreendedor (ou sócios) e os gestores?
Foram necessárias muitas décadas para entender o problema e desenvolver gradualmente uma solução mitigadora: a Governança Corporativa.
A Governança trata de um conjunto de práticas, processos e estruturas (PPEs) para melhor lidar com os interesses por vezes divergentes ou até conflitantes entre as figuras de sócio e de gestor. E, por extensão, entre a empresa e todas suas partes interessadas.
Havendo um direcionamento estratégico que conduz a empresa e traça expectativas de
resultado e também planos para executar as operações, tem-se aí uma forma de Governança Corporativa, ainda que incipiente e não percebida.
Pois então surge a questão: se a Governança Corporativa já existe, por que então o movimento mundial para desenvolvê-la ainda mais?
A resposta está em si mesma: porque ela nasce incipiente, imperceptível e imperfeita. E
porque para cada empresa, conforme sua origem, maturidade e riscos, existe uma solução de governança.
É um caminho evolutivo. Como e por onde se começa?
Segue no próximo post.
Contem com a assessoria do time de especialistas em Governança Corporativa da DMS
Partners.
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