Beatriz SIgaud – Sócia Senior da DMS PARTNERS
Muito se discute sobre o uso intensivo do plástico e os inúmeros impactos para o planeta e à saúde dos seres humanos. O plástico se tornou onipresente no mundo. É possível encontrar microplásticos no gelo do ártico, no ar, nos pulmões dos seres humanos, em peixes, na água dos rios e oceanos. Atualmente não existe um lugar no planeta que não tenha vestígio de plástico.
O processo de descarte do plástico também se tornou um problema de grandes proporções. Se continuarmos no ritmo atual, teremos mais plásticos no mar do que peixes em 2050.
Estima-se que 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente e, em 2025, a produção de plástico deverá atingir mais de 600 milhões de toneladas.
Alguns tipos de plásticos são difíceis de reciclar e não geram interesse das empresas de
reciclagem pois o valor de revenda é muito pequeno. A consequência é que esses plásticos acabam sendo descartados de forma incorreta. Nos aterros sanitários os plásticos se misturam com materiais orgânicos gerando gases metano, que são 25 vezes mais poluentes que o dióxido de carbono.
Em virtude da pressão dos consumidores, do mercado concorrente, dos riscos físicos e de transição causados pelas mudanças climáticas, as empresas ao redor do mundo já estão começando a integrar os aspectos ambientais, sociais e de governança ao seu planejamento estratégico, pois entendem que para se tornarem mais perenes, inovadoras e competitivas no futuro precisarão implementar estratégias e desenvolver planos de ação baseados nestes critérios. Caso contrário, não estarão aptas e continuarem lucrativas a longo prazo.
Neste novo cenário, temos visto várias iniciativas de empresas e ONGs que ajudam a diminuir o impacto do plástico no meio ambiente.
Os sistemas locais de gestão de resíduos também devem ser aprimorados. As parcerias entre governos, empresas produtoras de plástico, organizações não governamentais, grupos comunitários, grupos de catadores, empresas de transporte, exportadores e importadores de resíduos plásticos, recicladores de resíduos plásticos etc., são fundamentais para eliminar gradualmente o comércio de resíduos plásticos.
As soluções devem passar pelo redesenho de produtos, pela eliminação gradual dos aditivos químicos e pela criação de sistemas que sigam os princípios de desperdício zero definidos pela economia circular.
Assim serão necessários novos acordos globais com o intuito de criar regras mais rígidas para a limitação do impacto do plástico no aquecimento global, na poluição dos oceanos e na saúde das pessoas, considerando a produção, o uso, o transporte e a destinação final desses resíduos.
Em suma, é preciso ampliar a consciência da sociedade para que as empresas e os governos façam a sua parte, pois o futuro da humanidade depende dessas ações.
No próximo post iremos explorar com mais detalhes o que as empresas e ONGs estão fazendo para diminuir o impacto do plástico no planeta.
Referencias:
STIFTUNG, Heinrich Böll. Atlas do Plástico. Edição brasileira. Rio de Janeiro: 2020.
Disponível em: https://br.boell.org/pt-br/2020/11/29/atlas-do-plástico. Acesso em: setembro 2022.
KUMAR, Shashi. HAVEN; Brian. Grand View Research, 2022. Disponível em:
https://www.grandviewresearch.com. Acesso em: setembro 2022.
Belo apanhado para saber a como estamos "mal" e para onde estamos "indo". Esse problema causa um grande impacto mas o risco é não saber até onde. Podemos dizer que a era do plastico e do petróeo andam juntas, fazendo estragos.
Tragédia anunciada ,estamos no ponto de inflexão. O dito homo sapiens(?) é o grande predador do Planeta.