Governança: uma questão de Princípios
Em artigos anteriores, abordamos como a governança depende de pessoas e do desempenho adequado de seus papéis e responsabilidades. Esses profissionais são os agentes de governança (acionistas / fundadores ou conselheiros), que definem, praticam e direcionam os valores e estratégias da empresa; e os agentes de gestão (presidente e diretoria executiva), que executam a estratégia e reportam os resultados.
Ao ter clareza sobre essa diferença entre responsabilidades e papéis, o caminho para uma boa governança é pavimentado pela atenção desses agentes a princípios fundamentais, consagrados internacionalmente:
· Transparência: abertura e franqueza no trato com as partes interessadas – da comunidade ao acionista minoritário, do cliente ao colaborador, do agente governamental ao fornecedor;
· Equidade: os sócios têm a mesma importância e devem receber tratamento equânime;
· Prestação de contas: quem conduz uma empresa deve lembrar que recebeu um mandato para cumprir o direcionamento estratégico do acionista e deve, portanto, reportar o andamento da gestão;
· Responsabilidade corporativa: a empresa é um agente econômico que deve gerar resultados no longo prazo; essa criação de valor deixa de considerar, aos poucos, só o lado financeiro e passa a incluir demandas de todos os stakeholders, cujo cumprimento a legitima.
· Princípios: não se materializam na vida da empresa por si próprios. É preciso que sejam conhecidos, incorporados e expressos nos valores e nas atitudes dos agentes.
A boa governança nasce, portanto, das crenças de quem orienta a empresa, o que gera a intenção. O passo seguinte é transformar essa intenção em um método que, evolutivamente, torne a empresa mais rica em boa governança.
Veremos como no próximo artigo!
Marco Antonio F. Villas-Bôas
Sócio da DMS Partners, mentor, consultor, professor, mestre em administração, engenheiro químico, conselheiro de administração certificado